CRÔNICA: PRAIA

 

     Pisando em ovos eu vou seguindo. De grão em grão me habituando aos milhares de átomos que de tão pequenos não consigo segurar apenas um. De cor clarinha e meio úmida vou caminhando em frente.
     Era verão, terça-feira de abril de algum ano qualquer ao qual minha memória não se apega. Diante de poucas nuvens no céu e de um azul absoluto, ao som de um bater de águas, olho a minha frente, eis ali uma imensidão de águas transparentes que se misturam.
     Observando o horizonte de direita a esquerda, até onde meu campo de visão permite não encontro o fim. Com ondas fracas que por vezes me remete a espumas, chego a pensar que finalmente encontrei meu lugar no mundo.