RESENHA: A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

"Quatro pernas bom, duas pernas ruim"

     QUE LIVRO SENSACIONAL! :O
     Obras dessa grandeza me arrancam as frases feitas. Destroem meus clichês :(

     Tal como, outras histórias que de tão simples complicaram minha resenha minha vida, nesse não resumirei enredo ou inutilmente simplificarei "inicio, meio e fim". Tentei...

     Nem mesmo o leitor mais leigo e avesso a História, sentira dificuldade de compreensão sobre a analogia embutida nessa trama. George Orwell apresente em uma clara declaração sarcástica, a formação de um sistema opressor, ditatorial e persuasivo. Que não necessariamente se construí com base em lideres caricatos e idolatrados; Pois aqui, observamos a capacidade de expansão de uma população oprimida. Não apenas isso, mas também, a predisposição desse mesmo grupo oprimido em popularizar "poder" e dominar de forma violenta seu povo, corrompendo seus próprios valores.
    O assunto, ideologia, também não poderia estar à parte. Como se construiria a base de um grande alicerce para uma nova sociedade se não houvesse a ideologia/esperança de um mundo melhor?. A vida dos bichinhos assemelha-se a nossa, quando forçamos a memoria e voltamos a alguns meses atrás: Período eleitoral. Em meus poucos anos no cargo de cidadã, nunca havia presenciado um ringue eleitoral, tão disputado por parte dos eleitores. Idolatramos os governantes, como se ali existisse algo a lutar. Ideologia pouca, maquiada. Votar dessa forma é ilusão, é utopia.
    A revolução dos bichos consegue retratar da maneira mais simples e divertida, assuntos sérios, "visados", passando despercebido pela multidão, que segue em fila, um a um, ao caminho da alienação em massa.

“Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais do que outros”

Mais que livro do ano. Livro da vida!
Ps: Deveria ser leitura obrigatória das escolas. Aprender socialismo e comunismo sem odiar história #sonho

NOTA:  *  *  *  *  *

RESENHA: FELIZ POR NADA

Que livro leve! *-*
      É no termino de livros nesse padrão que recordo como as crônicas são elementares e surpreendentes. Como esse gênero, quando mal explorado pode causar sérias rachaduras. E como a mesma cicatriz pode curar-se com apenas uma troca de adjetivos ao passo de algumas rimas, finalizando com a mais simplória identificação ... Bum! Surge o grande efeito da crônica. Simples assim? Claro. Para quem possui o dom como ela, todo texto de duas páginas, torna-se best-seller.
      O nome dela? Matha Medeiros. Jornalista ... Pronto, não preciso me desmanchar em elogios, "tá explicado" kkkkkk
      Segundo livro de coletânea de crônicas que leio e segunda vez que termino a leitura com um sentimento de tranquilidade. Matha aborda todo e qualquer tema, bem a sua maneira, sem estereótipos ou conceitos moralistas. Tranquilos e leves, cada crônica torne-se uma surpresa, pois, nunca se sabe se na próxima página uma nova Martha tomará espaço. A cada texto uma mulher, mãe, esposa, jornalista, sonhadora, atrevida, aparece, e certeza: Você se identificará com todas.
      A escritora consegue traduzir a alma, desejos e anseios de pessoas comuns, em uma narrativa particular e própria, do "jeitinho" mais gaúcho possível.
      Amei inenarravelmente inúmeros textos, me enxerguei. Alguns apenas me deparei pensando: "Poxa, que lindo", mas até esses simples e corriqueiros possuíam uma mensagem que de tão intima e oculta, era gritante dentro de mim. Cada crônica te atinge de um angulo, em uma ferida, em algum aprendizado, mas ao todo e no grande resumo da obra, o livro carimba seu registro... Seja feliz, por nada (tudo)

TOPTOPTOP: "Quando Deus aparece", "Dentro de um abraço", "Feliz por nada", "Carta ao Rafa", "Depois se vê", "A elegância do conteúdo", "Na terra do se", "A perca", "Quando o chatos somos nós".

"Deus me aparece nos livros, em parágrafos em que não acredito que possam ter sido escritos por um ser mundano: foram escritos por um ser mais que humano. Deus me aparece - muito! - quando estou em frente ao mar. Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele. A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma. Deus aparece quando choro. Quando a fragilidade é tanta que parece que não vou conseguir me reerguer. Quando uma amiga me liga de um país distante e demonstra estar mais perto do que o vizinho do andar de cima. Deus aparece nas preocupações da minha mãe, que mãe é sempre um atestado da presença desse cara. E quando eu o chamo de cara e ele não se aborrece, aí tenho certeza de que ele está mesmo comigo"
 

NOTA: * * *